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<p>Os ataques ocorridos em escolas de São Paulo e Santa Catarina em 27 de março e 5 de abril, que resultaram na morte de cinco pessoas – dentre as quais crianças com idades entre 5 e 7 anos –, soaram o alerta e despertaram pânico entre pais e educadores. Isso foi particularmente notório em 20 de abril, data marcante para os que admiram e/ou têm propensão a praticar atos do gênero e quando eram esperados, por conta de boatos veiculados pela Internet, novos atos criminosos. Naquele dia, em cidades como São Paulo, muitas creches e escolas ficaram fechadas e as que funcionaram registraram frequência muito menor que a normal.</p>
<p>Foi no próprio dia 20 de abril que muitos ISPs receberam da Anatel um ofício do Ministério da Justiça e Segurança Pública sobre a Operação Escola Segura que, do seu início em 6 de abril até aquele momento, contabilizava prisões e apreensões de 302 pessoas. Na mensagem, a pasta alertava que, conforme relatos das Polícias Civis de vários estados, alguns provedores de pequeno e médio portes não estavam colaborando com as investigações que visam impedir a disseminação de mensagens “que incentivam ataques a ambiente escolar ou fazem apologia e incitação a esses crimes”.</p>
<p>Mesmo que se concentrem nas mídias sociais, essas investigações dependem de dados que só provedores de Internet detêm. Sem eles, não é possível confirmar o envolvimento de suspeitos de práticas como disseminação de mensagens de ódio e cooptação de pessoas para a prática de ataques.</p>
<p>ISPs têm recebido, com frequência que continuará crescente, solicitações desse tipo, que partem ou da Justiça ou da Polícia. As primeiras têm necessariamente de ser cumpridas. As da Polícia, embora não configurem uma obrigação legal, devem, a princípio, ser atendidas, desde que sejam tomadas algumas precauções. Para os provedores, é preciso saber como agir, pois o recebimento desse tipo de solicitação não cessará, pelo menos, nos próximos meses.</p>
<p>Isso porque as ocorrências em São Paulo e Santa Catarina, que ganharam destaque nas manchetes da imprensa, nem de longe dão a dimensão real do problema. Conforme um levantamento realizado por pesquisadores da Unicamp e da Unesp, desde agosto de 2022, houve mais de um ataque por mês em escolas brasileiras; nove deles com extrema violência e que resultaram em sete mortes. Desde 2002, houve 35 óbitos em atos do tipo.</p>
<p>O estudo, que exclui brigas entre alunos e atos praticados por pessoas que não fazem parte do ambiente escolar – o caso de Santa Catarina, por exemplo, não figuraria nestas estatísticas –, elenca dentre as principais causas desses atos a interação online de jovens com grupos extremistas que, antes restritos à Deep Web, tornaram-se comuns em WhatsApp, Twitter, Telegram e Discord.</p>
<p>As investigações demandam dos ISPs dados sobre os logs de IPs, para que se verifique se suspeitos estavam online no momento da prática de delitos. É a única informação que provedores devem fornecer. Embora existam formas para se saber o que era acessado pelo internauta em determinado período – o que, muitas vezes, é requisitado pela Polícia e pela Justiça –, esse é um dado que não pode ser repassado, uma vez que configuraria violação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).</p>
<p>Ocorre, porém, que mesmo os logs são de difícil obtenção para a maior parte dos provedores de pequeno e médio portes. Isso porque é comum no mercado o uso do CGNAT, que possibilita agrupar milhares de conexões sobre um mesmo IP. Dessa forma, ao invés de obter os dados sobre um determinado acesso, o ISP identifica o grupo que estava online no período solicitado, o que pode variar, por exemplo, de 30 a 3 mil dispositivos, dentre os quais está o do suspeito.</p>
<p>No caso de investigações que partem de fóruns online – principalmente, em mídias sociais –, como a maioria das que se referem à apologia a ataques em escolas, a demanda, geralmente, busca a confirmação de que um internauta específico estava online no momento da prática de um suposto delito, algo que pode ser atendido pelos provedores que utilizam o CGNAT. Ocorre que há situações em que o uso desse protocolo força o provedor a fornecer não as conexões ativas em determinado período, mas toda sua carteira de clientes, algo de compromete a obtenção da prova de prática criminosa. Além disso, na apuração de outros tipos de crimes, a identificação de grandes grupos reunidos sobre um mesmo IP frustra os esforços de Justiça e Polícia.</p>
<p>Uma alternativa para contornar a situação é o uso de formulários para a geração de scripts que identificam portas de origem e destino de conexões. Eventualmente, a solução possibilita a individualização de um acesso específico. Geralmente, porém, limita-se a reduzir os grupos de acessos de milhares para centenas. Provedores podem também recorrer à instalação de um servidor de Sylog, algo que, no entanto, é financeiramente inviável para a maioria dos pequenos e médios ISPs. O ideal é a adoção do padrão IPV6, que também é onerosa.</p>
<p>Mesmo que as dificuldades técnicas que impedem o devido atendimento a esse tipo de demanda possam gerar constrangimentos aos provedores, a atualização tecnológica não é obrigatória. O que ISPs necessariamente devem fazer é realizar a guarda dos logs por, pelo menos, um ano, como determina o artigo 13 do Marco Civil da Internet (Lei 12.965 de 23 de abril de 2014). Não dispor desses dados pode configurar obstrução da Justiça ou tornar a empresa corresponsável em investigações criminais.</p>
<p>Provedores não são obrigados a atender a pedidos da Polícia. Porém, dada a gravidade da situação, recomenda-se que o façam, requisitando antes que essas demandas sejam formalizadas em ofícios, o que garantirá sua defesa no caso de fornecimento de dados de conexões que não eram alvo de investigações. A agilidade nesse tipo de colaboração pode permitir que uma ação seja tomada com a rapidez necessária para que se evite um ataque, algo que pode ser inviabilizado pelo tempo que leva até que uma requisição da Polícia se torne uma notificação judicial.<br /><br /><a href="https://www.pontoisp.com.br/a-participacao-dos-isps-no-combate-aos-ataques-em-escolas/" target="_blank" rel="noopener">Fonte: PontoISP</a></p>
<p class="story-body__introduction">Dois meses antes das restrições impostas por Donald Trump à gigante chinesa Huawei, uma das principais empresas na corrida pelas redes 5G no mundo, no interior de algumas das instituições mais importantes do país crescia uma preocupação: a ameaça que essa tecnologia poderia impor à segurança nacional americana.</p>
<p>A inquietação não tem a ver só com os perigos de espionagem e os supostos vínculos entre a Huawei e o Partido Comunista chinês - algo que a empresa nega com veemência.</p>
<p>Em 27 de março, a Marinha dos EUA tornou público um memorando dirigido à Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês), no qual se alarmava sobre a velocidade da implementação do 5G no país.</p>
<p>O documento, baseado em estudos prévios da Nasa e da Agência Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), adverte sobre a degradação que os sistemas de previsão meteorológica podem sofrer se o desenvolvimento da tecnologia 5G não for adequadamente regulado.</p>
<p>A NOAA não quis dar declarações sobre o tema.</p>
<h2 class="story-body__crosshead">Segurança de voos e planejamento militar</h2>
<p>Há também preocupação das forças armadas, já que ações militares navais e aéreas dependem muito de prognósticos climáticos para serem realizadas de modo seguro.</p>
<p>Acredita-se que o 5G poderia interferir diretamente no tipo de banda usado para medir o vapor da água, "requerido para obter parâmetros tangíveis de precipitações, como neve, gelo, chuva e altura das ondas", afirma o memorando da Marinha.</p>
<p>Essa degradação prejudicaria não apenas a segurança de voos militares, mas também o planejamento estratégico e de operações nos campos de batalha.</p>
<p style="text-align: center;"><strong><img class="img-fluid" style="display: block; margin-left: auto; margin-right: auto;" src="/files/shares/arquivos-posts/cobertura-5g-eua.jpg" alt="Debate sobre o 5G nos Estados Unidos" width="976" height="549" data-highest-encountered-width="624" />Discute-se se a instalação das bandas pode trazer perigos à segurança nacional dos EUA</strong></p>
<p>Como a medição de vapor da água é empregada para prever a trajetória, a intensidade e o posicionamento de fenômenos como ciclones tropicais, é possível que o efeito destes em terra acabe sendo mais devastador.</p>
<p>Os senadores americanos Maria Cantwell, do Estado de Washington, e Ron Wyden, do Oregon, pediram à FCC o controle sobre a oferta de bandas para a instalação do 5G, depois de vir à tona a informação de que foram vendidas redes de infraestrutura por US$ 2 bilhões sem que houvesse "garantias mínimas de proteção".</p>
<p>"Não podemos prejudicar a previsão climática e retrocedê-la aos níveis dos anos 1970", declarou Wyden. "Milhões de americanos vivem ameaçados por furacões, tornados e outros eventos climáticos extremos."</p>
<p>Os efeitos negativos do 5G seriam sentidos principalmente nas grandes áreas urbanas, onde os repetidores desse tipo de sinal estão sendo instalados em maior abundância.</p>
<p>Em 2017, o furacão Harvey devastou o Golfo do México e forçou o deslocamento de mais de 30 mil pessoas para abrigos emergenciais.</p>
<p>As perdas materiais alcançaram as dezenas de milhões de dólares, incluindo 2 milhões de barris de petróleo de refinarias afetadas na região.</p>
<p><strong><img class="img-fluid" style="display: block; margin-left: auto; margin-right: auto;" src="/files/shares/arquivos-posts/inundacoes-furacao-harvey.jpg" alt="Debate sobre o 5G nos Estados Unidos" width="976" height="549" data-highest-encountered-width="624" /></strong></p>
<p style="text-align: center;"><strong>Inundações provocadas pelo furacão Harvey em 2017; risco é que previsão de fenômenos semelhantes seja prejudicada</strong></p>
<h2 class="story-body__crosshead">Além dos EUA</h2>
<p>Algumas preocupações sobre o 5G transcendem os EUA.</p>
<p>"Existe um potencial de que emissões não desejadas do 5G empobreçam certas observações (meteorológicas)", explica à BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC) Mike Banks, gerente de operações da agência meteorológica do Reino Unido.</p>
<p>"Atualmente, o Reino Unido e a Europa recomendam que a banda 26GHz seja a pioneira no 5G. O problema para a comunidade científica é que nossos sensores de vapor d'água operam em uma banda adjacente à 26GHz. Estudos mostram a necessidade de limitar a banda aplicada para o equipamento do 5G de forma a proteger os dados recebidos pelos sensores em questão. Dentro da Europa, esses limites foram estabelecidos e oferecem a proteção requerida."</p>
<p>Outra questão diz respeito ao comércio marítimo, que responde por cerca de 90% do comércio internacional, segundo dados de 2016 da Organização Marítima Internacional (OMI).</p>
<p>Dada a instabilidade do clima nos oceanos, especialistas explicam que previsões do tempo são essenciais para evitar que fortes ventos, tormentas e ondas causem danos às tripulações e às cargas de embarcações.</p>
<p><strong><img class="img-fluid" style="display: block; margin-left: auto; margin-right: auto;" src="/files/shares/arquivos-posts/comercio-maritmo.jpg" alt="Debate sobre o 5G nos Estados Unidos" width="976" height="549" data-highest-encountered-width="624" /></strong></p>
<p style="text-align: center;"><strong>Comércio marítimo também depende da previsão climática</strong></p>
<p>Outra questão diz respeito à comunicação entre embarcações.</p>
<p>"Cada rota comercial é desenhada com muito cuidado para ser realizada da forma mais eficiente possível, em busca de economia de energia e combustível", diz à BBC Carleen Lyden Walker, embaixadora da OMI.</p>
<p>Sobre a tecnologia 5G, ela afirma que "há muita política e interesse econômico por trás. No longo prazo, confio que essa tecnologia permitirá incrementar o número de satélites no espaço, o que sem dúvida será uma revolução nas comunicações".</p>
<h2 class="story-body__crosshead">Mais exposição a hackers</h2>
<p>Sem dúvida, uma das grandes revoluções a serem trazidas pelo 5G será um novo impulso ao que se conhece como "internet das coisas".</p>
<p>É a concepção de um novo mundo hiperconectado em que geladeiras, carros e aparelhos de ar-condicionado estarão ligados à web, recebendo e transmitindo informações.</p>
<p><strong><img class="img-fluid" style="display: block; margin-left: auto; margin-right: auto;" src="/files/shares/arquivos-posts/5g-iot.jpg" alt="Debate sobre o 5G nos Estados Unidos" width="976" height="549" data-highest-encountered-width="624" /></strong></p>
<p style="text-align: center;"><strong>5G vai impulsionar a 'internet das coisas'</strong></p>
<p>"Ter tantos dispositivos conectados aumenta o risco de ciberataques", explica Soledad Antelada Toledano, engenheira de cibersegurança do Berkeley Lab, na Califórnia.</p>
<p>"A maior exposição e a vulnerabilidade ante os hackers se intensificam."</p>
<p>Antelada afirma que o grande desafio da "internet das coisas", que vai crescer com a nova geração de conectividade, é garantir a segurança dos usuários perante o perigo de que seus dados sejam hackeados.</p>
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<p><em>Fonte: <strong>BBC</strong></em></p>